segunda-feira, 22 de junho de 2009

O que é importante para o jovem?





Fazendo uma leitura de um artigo sobre o que é mais importante para os jovens da América do Sul, me identifiquei bastante com o assunto e resolvi explorá-lo mais e expor meus questionamentos quanto a isso.

A pesquisa foi realizada pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Socias e Econômicas) com 14 mil pessoas da América do Sul e nela perguntava o que é mais importante para os jovens.

Os dados revelam que no Brasil, 61% das pessoas deram como resposta, ter mais oportunidades de trabalho, como o mais importante. E os resultados foram bem próximos aos dos paises vizinhos, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. No entanto, no Brasil essa preocupação com a carreira foi a maior.

E a segunda resposta mais dada, também foi em relação à carreira, que foi estudar e ter um diploma universitário, apontado por 20% dos brasileiros.

Pensando e olhando para minha experiência como jovem, pude perceber a realidade que essa pesquisa mostra, também na minha vida.

A princípio identifiquei a necessidade de não poder ser diferente. É tanta concorrência, mundo globalizado e todo o desencadeamento que já estamos cansados e ouvir. Esta preocupação com a carreira profissional, com o estudo é importante para a formação não só de cada um, mas também possibilitar realizações em todas as áreas na sociedade. Toda essa busca está relacionada a muita coisa boa. Quem sabe assim alguém não descubra a cura da AIDS, quem sabe não forme jovens que tenham boas referências literárias e queiram ser futuramente um político ético, honesto e que se importe com o meio ambiente ...Sei que muita gente já venceu na vida sem precisar necessariamente ter estado em uma sala de aula, mas isso é um exemplo que não deve ser desculpa para não se valer da ciência a nosso favor e a favor do aperfeiçoamento. Mas depois comecei a analisar outros pontos também. Vejo que os jovens estão cada vez mais sendo exigidos para se superar. Isso é ótimo, mas não por si só, não estimulados por uma competição vazia e sem sentido. Se superar pra quê? Pra fazer o que de verdade? O que eu produzo com esses conhecimentos? Que caminho eu indico aos que estão a minha volta? Ser jovem é muito mais que ser um colecionador de diplomas e de grandes experiências profissionais. É preciso exigir do jovem que ele viva o hoje como se ele pudesse fazer muita coisa já com o que ele possui,( e pode), sem deixar de se aperfeiçoar, mas mostrando tudo o que ele já pode fazer. Eu sofro na pele essa exigência desenfreada da sociedade. Se ainda não faço faculdade, a pergunta de sempre: Vai fazer qual faculdade? se já faço, mas e a pós-graduação? Eu estando no início da faculdade já me vieram perguntar qual seria o tema da minha monografia...e o inglês, tá aprendendo? você pretende fazer um curso no exterior? e isso? e aquilo? Meu Deus, quanta exigência!!! Só me diz uma coisa, e quando é que vou finalmente ensinar? Quando é que vou devolver? Quando é que vai parar minha necessidade de sobressair e finalmente, contribuir?...Sei que muitos jovens acreditam que terão a vida toda pela frente para isso, mas se não tiver? Quem vai saber?Porque ninguém me pergunta se eu estou fazendo hoje da faculdade um meio para fazer a diferença na minha vida?

Tenho medo de me preocupar demais com que quero e deixar de aproveitar o que tenho, ou ainda pior, não ter feito nada de bom com o que tenho. Observo como somos egoístas e ambiciosos em tantas situações. Será que como universitária não tenho que me preocupar com os alunos que na universidade ainda não chegaram e que podem depender de uma ajuda minha, talvez? Na na minha família, na minha rua, na minha cidade, será que já não há muita coisa que eu possa fazer só com a graduação que tenho? Estamos sempre tão ocupados em pensar em nós mesmos, somente, que não nos damos o trabalho de nem pensar nisso. Deixa para o estado pensar!!! é papel dele, não meu. Afinal, ainda tenho muito a aprender, tenho que fazer pós-graduação, e depois tenho que ter uma experiência no exterior, não tenho tempo pra isso. Tenho que me preocupar com minha vida, ainda tem tanta coisa que quero pra mim...depois eu penso nisso...depois quando? quando é que vão parar de exigir o melhor de mim e me dizerem, finalmente o que eu já posso fazer e que eu já posso viver muito bem com o que tenho?

Vejo tantos sonhos interrompidos brutalmente pelas tragédias que acontecem e aí, nessas horas eu me pergunto de que valeu todo o tempo dedicado a formação, a carreira, caso esse jovem tenha morrido sem deixando pra depois a possibilidade de ser feliz e de fazer a diferença?

Como vou desfrutar desse plantio futuramente se eu não tiver uma boa saúde? Será que não há um espaço em minha vida para fazer o que me faz bem hoje? Será que não me sobra um tempinho para fazer o bem a alguém hoje porque eu estou atarefada demais em meio as minhas aulas, leituras, trabalhos? Será que não tem ninguém precisando hoje do que eu já tenho?

Acho que, NÓS, estamos muito ocupados, sempre correndo... ocupados demais aliás, e isso me assusta. Não quero viver correndo demais...quero utilizar do que já possuo para cumprir o meu papel...Essa sim deveria ser a nossa maior preocupação... temos bastante energia, sobra bastante para o aprimoramento contínuo...

Deixo esse desafio, para mim e para você que é jovem. Utilizemos mais nossa atenção para a realização do hoje. Sem deixar de se planejar para o amanhã, mas certos de que já temos muito em comparação a muitos e já podemos fazer muita coisa com o que temos....

Não sei você, mas eu não quero me prender a tão pouco! Quero me sentir realizada hoje!

Com amor,

Jucimeire Paiva

Um comentário:

Hugo Azevedo disse...

Oi Ju!
É Victor Hugo, da sua sala na UFRN!
Tudo bem?!
Eu também sou blogueiro!
Tenho um site bem legal sobre tv...é o "FUÇANDO A TV"...acesse aí pra ver:
http://fucandoatv.webnode.com
Bjos e boa férias!